PATERNAR
Penso na amorosidade, nos cuidados cotidianos, nos limites e nos encorajamentos. Penso no meu pai.
Lembro o zelo de alguns amigos para com suas crianças.
Digo do pai, dos meus filhos. Do meu cunhado. Dos meus dois irmãos.
Eu confiava no meu pai.
Quando íamos fazer piqueniques na beira de rios, ele entrava na água e marcava onde a gente podia nadar.
Quando éramos pequeninos, ele usava suas técnicas pouco ortodoxas para nos ensinar a nadar e nós, simplesmente, confiávamos e nos divertíamos.
Acho que ele aprendeu a ser pai sendo pai.
PATERNIDADE: uma construção sociocultural
Pai, assim como mãe é uma construção sociocultural; contudo, o exercício da paternidade, assim como o da maternidade é uma experiência pessoal (lembrando que o pessoal não está desconecto do coletivo).
O dia dos pais no Brasil é uma data criada com fins de mercado na década de 1950 e, apenas, na década de 1970 ganhou relevância publicitária e comercial.
Deixando de lado sua raiz mercadológica, o Dia dos pais é, também, uma oportunidade para refletirmos sobre paternidades e, também, sobre maternidades. Entre os diversos caminhos e nuances, creio que não devemos confundir maternidades solos com paternidades.
Há muitas mulheres que criam os seus filhos e filhas sozinhas e que o fazem muito bem.
Há as que criam junto com outras mulheres e, também, o fazem muito bem.
São mães.
Penso que falar em paternidades envolve, também, dizer de masculinidades e de homens em suas diversidades em nossa sociedade, ainda, muito desigual e marcada, também, pelo machismo.
