A Família PAPESCU

I. As Origens
A minha história começa muito antes de eu nascer, junto da família Papo, origem do nome Papescu.
Foram encontrados registros desde os tempos do Império Otomano, quando a família Papo morava na península Ibérica e já era ligada aos livros.
Com a tomada da Igreja Católica e o término do Império Otomano, a família Papo foi obrigada a migrar para a região dos Bálcãs, para Sarajevo, na antiga Iugoslávia, e lá ficaram até a Segunda Grande Guerra.
Nesses tempos, os livros eram o tema e ganha pão da família formada por estudiosos, sábios e leitores como o renomado rabino Papo, famoso por sua sabedoria e atuação na comunidade em meados do séc. XVIII.
Ainda na Iugoslávia, agora em Belgrado, meu avô se tornou um exímio livreiro e atuava em todo o país com sua livraria ANTIQUARNA KNHNIJARA MENACHEM PAPO, mas a chegada da Segunda Grande Guerra obrigou a família (meus avós, pai e tia) novamente a abandonar seu lar, fugindo pelas montanhas, passando por todo tipo de dificuldades até serem deportados para a Sicília, sul da Itália.
II. O Brasil
Lá ficaram por anos até que, finalmente, dentro de um cargueiro de batatas, atravessaram o Oceano Atlântico migrando para o Brasil e aportando em Santos.
De lá para São Paulo, foi um pulo e o início de uma nova vida.
Em São Paulo, nossa casa foi sempre regada de livros, histórias, pinturas, música e muita cultura, e agora é minha vez de dar continuidade à tradição quase interrompida.
Monika Papescu

Quando pequena, eu acompanhava meu pai nas aulas de pintura.
Aprendi a observar muito e frequentávamos todas as galerias de artes e exposições que apareciam em São Paulo, minha terra natal.
Em casa, eu observava meu pai pintando e tinha liberdade de experimentar muitos materiais, não os dele, mas os que ele deixava na nossa mesinha, junto de papéis, cola, lápis e ainda o barro, galhos e tudo o que tinha na praça em frente à nossa casa.
Assim, eu cresci com liberdade de criar, experimentar, pesquisar, fazia os desenhos dos grupos que participava na escola, no clube e ingressei na Faculdade de Comunicação Visual em São Paulo.
Sempre gostei de publicação, de ver muitas pessoas curtindo minhas criações, mesmo que não soubessem que eram de minha autoria, mas de ver minha arte se multiplicando nas mãos, olhos e corações das pessoas.
IV. Na Inglaterra
Quando terminei a faculdade, fui me aperfeiçoar em Londres e, depois de mais de quatro anos aprendendo e atuando, voltei ao Brasil.
O meu primeiro livro já estava publicado no Brasil, fruto de um projeto de um dos cursos que fiz em Londres.
De volta ao Brasil, ingressei no teatro e meu formei em cenografia e figurino pelo CPQ (Centro de Pesquisa Teatral do SESC) e atuei por quatro anos no teatro recebendo indicações e prêmios enquanto já ilustrava para editoras como Paulinas e Studio Nobre.

IV. O Rio Grande do Sul
Mas como São Paulo não era mais como antes, estava muito poluída e violenta, migrei para o Sul e, desde então, dedico minha vida profissional à ilustração.
A ilustração é uma área muito ampla, eu ilustro para livros infantis, juvenis, faço muitas criações para eventos culturais como teatro, festivais de contação de história, eventos ligados às mulheres, artistas LGBT+, capas de disco, grafite, onde cabe ilustração eu atuo.

Também leciono, gosto demais de trocar, de ensinar e aprender, sempre digo que, a cada aula ou palestra que ministro, eu aprendo mais do que ensino.
Passei muitos anos viajando o Rio Grande do Sul e o Brasil ministrando cursos de processo de criação de ilustração para educadores, alunos e outros interessados e, sempre que possível, promovia alguma exposição com acesso livre para todo o público.
E também participei por muito tempo de feiras de livros e encontros com as crianças como autora e ilustradora.
Daí, eu descobri que adoro uma boa aglomeração de pessoas interessadas em multiplicar cultura e aprender.

V. A pandemia
Com o evento da pandemia, eu deixei de viajar e me dedico à produção, seja pela minha editora Papo Abissal ou por outras editoras para quem presto serviço dentro e fora do Brasil.
VI. A Papo Abissal
Sobre a Papo Abissal, é quase uma homenagem e continuação da história da família que foi interrompida por alguns anos e está viva novamente nas criações literárias.
Sobre o nome da editora, Papo do nosso nome de família e Abissal, pois aprecio demais os peixes abissais, com seus grandes olhos e bocarras cheias de dentes pontiagudos e que sobrevivem às situações mais inóspitas.
Ao mesmo tempo, em português, traduzimos para uma “conversa profunda”.
Por muito anos, eu prestei serviço para muitas editoras e ainda presto, seguindo suas regras e linhas editoriais e, por isso, criei minha própria editora, para seguir minhas próprias não regras, viajar em cada criação, trabalhar com pessoas que estão no meu coração sem pretensões megalomaníacas nem milionárias, claro que a intensão é a venda dos livros, mas o objetivo maior é a “Multiplicação da Cultura”, tema que até já ganhei um prêmio, veja minha biografia (final do texto).

VII. Materiais que utilizo
Eu gosto de misturar muitos materiais como tinta acrílica, tecidos, lápis pastel, aerografia e adoro explorar materiais inusitados, sejam eles naturais, como a folha da bananeira e areias ou sintéticos como o plástico, a borracha e o que aparecer pela frente.
E sigo meu caminho ilustrando de várias formas sempre na minha intensão de “Multiplicar Cultura” e alcançar os olhos, mãos e corações das pessoas.
É isso aí e VIVA A CULTURA!!!!!!!!!!!

VIII. A REDE PODER MULHER
Uma notinha extra em primeira pessoa: eu participo de alguns grupos, acredito muito no trabalho em grupo e a vida em comunidade e, atualmente, a REDE PODER MULHER veio como um abraço em um momento bem complicado.
Em função da situação de muita tensão, eu ganhei uma catarata no meu olho esquerdo que vem avançando rapidamente.
Imagina uma ilustradora que não enxerga!A Rede Poder Mulher está movimentando todas as “manas” em uma rifa, já na segunda edição, para levantar verba para me ajudar a pagar a cirurgia, que deve acontecer em breve.
Gostaria de saber sobre ou colaborar com a rifa? Clique aqui!
O acalanto: não estou sozinha
Mais do que o valor monetário, o que pega é o acalanto, sentir que não estou sozinha nesta batalha tão complicada ameniza a situação e me faz acreditar que existe a bondade por si, sem cobrança nem preconceito.
Agradeço de coração a todas as integrantes deste lindo grupo.
Viva a Rede Poder Mulher!!!!!!!!!!!!!!!
Monika Papescu
Nasceu em São Paulo (SP/ Brasil) e mora no Rio Grande do Sul (Brasil).

- Monika é ilustradora de, aproximadamente, 60 livros publicados por editoras do Brasil e do exterior. Ilustra, também, para eventos culturais como: festivais de contação de história, bibliotecas, peças de teatro e animação, cenários, discos e grafite.
- Cria e desenvolve os “Paper Papo Toys” para a editora Papo Abissal.

Recebeu:
- o Prêmio Gaúcho de Arte Eletrônica de melhor animação,
- o Prêmio de “Melhor Figurino de teatro amador – São Paulo” e
- o Troféu “Destaque Cultural AELN” (2018) como escritora/ilustradora.
Foi uma das indicadas:
- para o “Prêmio AGES Parceiros da Escrita” (2017) como melhor ilustradora e como melhor ilustração e
- ao “Prêmio Minuano” do IEL como melhor ilustração pelo livro “Jesuína e a Cabaça”.
Ganhou:
- o Prêmio “Trajetórias Culturais, Mestra Griô Sirley Amaro” (2021) e
- o Primeiro lugar no Prêmio “Arte à Flor da Pele II” do IGES (Instituto Gaúcho de Educação Superior) na categoria ilustração 2021.
Foi contemplada:
- Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc com os projetos “Receitas da Terra” e Trajetórias.
Lançou a editora Papo Abissal em 2014!

É membro da Associação Internacional dos Escritores Brasileiros, do Bando de Brincantes, do GRAU e GEMAR Ventos do Norte e participa da Rede Poder Mulher.

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Guns´n Roses in Roses by Monika Papesku