Peró era como nativos designavam o português.
Franceses, também nomeados como mair, espanhóis, ingleses … Muitas foram as nações que tiveram nacionais seus navegando pelo litoral da terra que Portugal tomou como sua a partir da data de 22 de abril de 1500.
O pau-brasil era um grande interesse, rendia bons lucros?
Sim. Mas é importante ressaltar que o conhecimento da parte de cá do mundo era, também, necessidade estratégica.
Hoje vamos conversar um pouco mais sobre a exploração do pau-brasil e a presença de europeus não lusitanos no litoral de Pindorama.

Mair
Negociantes franceses também tiveram interesse no negócio do pau-brasil.
Frequentavam o litoral brasileiro, estabeleciam alianças com povos que viviam na costa e comerciavam o pau de tinta e outros produtos da terra.
Portugal reclamou junto ao governo francês. Fez ameaças.
Tudo, na prática, sem êxito.
Franceses continuaram em ação no negócio da exploração e comercio do pau-brasil.
Segundo o estudioso Capistrano de Abreu (1998, p.42), a presença e atuação francesa no litoral de Pindorama foi tal que: “durante anos ficou indeciso se o Brasil ficaria pertencendo aos peró (portugueses) ou aos mair (franceses).”.
Tal como gato e rato
Portugal resolveu criar uma força de polícia e administração da Costa do pau-brasil.
Essa força, comandada por Cristóvão Jaques foi batizada de Expedição Guarda-Costas.
Tinha como principal função combater contrabandistas de pau-brasil.
Cristóvão Jaques, segundo consta, se empenhou no cumprimento de sua missão, muitas vezes, usando de selvageria, com ações de tal violência que mesmo a Corte portuguesa o questionou. Resolveu?
Não. Primeiro, a vastidão do litoral: os navios de Cristóvão Jacques estavam aqui, os contrabandistas passavam por ali.
Segundo, em especial os franceses, contavam com muitos aliados entre os nativos da terra; o que significava que tinham bons informantes.
Tudo indica que os lucros prometidos, ao longo da cadeia de exploração e manufatura do pau-brasil, eram mais atraentes do que qualquer ameaça presente na jornada de obtenção dessa preciosa matéria-prima na Costa do pau-brasil.
Cristóvão Jacques
As informações disponíveis acerca das expedições capitaneadas por Cristóvão Jacques são raras, dispersas e confusas, ou conflitantes entre si.
Sabemos que esteve na Costa do pau-brasil antes de ser nomeado para a Primeira Expedição Guarda-costas (1516 – 1519).
Integrou a expedição de Gonçalo Coelho (1503).
Cristóvão Jaques (Cristóvão Jacques ou Cristóvão Valjaques) patrulhou a costa brasileira de 1516 a 1519.
No ano de 1521 fundou a famosa Feitoria de Itamaracá na região do atual Estado de Pernambuco.
O local onde essa feitoria foi erguida era conhecido como Porto de Pernambuco. Acredita-se que essa foi a primeira feitoria régia erguida no Brasil.
Em 1526, retornou ao Brasil com mais poder e maiores responsabilidades. Veio com o cargo de Governador das Partes do Brasil e contando com uma nau e 5 caravelas.
Foi um dos primeiros a aconselhar, o rei português, o início de um processo colonizador no Brasil.
Além do conselho, propôs ser ele um colonizador.
No projeto de colonização proposto, Cristóvão Jacques, utilizaria recursos próprios e custearia a vinda de mil colonos.
Sua proposta não foi aceita.
- Veja mais sobre tema em <O Tempo das Feitorias >.
- Em breve, post sobre a cadeira de exploração do pau-brasil.
Notas:
- ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial: 1500-1800. In: J. Capistrano de Abreu. – Brasília: Conselho Editorial do Senado Federal, 1998.
- HOLANDA, Sérgio Buarque. História Geral da Civilização Brasileira HGCB. Tomo I, vol. 1. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1985.
- SOUSA, Bernardino José de. O pau-brasil na história nacional. – 2. ed. – São Paulo: Ed. Nacional; (Brasília): INL, 1978
- Cristóvão Jacques: c-1480 – 1530 (após).
