Quem é ela?
Arte: editora de Histori-se

Rainha Tereza, Rainha Viúva, Rainha Negra do Pantanal, Tereza de Benguela, Tereza do Quariterê.

Femme noire assise de face
Femme noire assise de face

Tereza

Resistência e de luta contra a escravidão

É possível que você tenha visto, a obra acima, identificada como o retrato de Tereza de Benguela.

Na verdade, não há retratos dessa instigante mulher.

O quadro em questão é denominado Femme noire assise de face ou Mulher negra sentada de frente.

Qualquer imagem associada a essa líder quilombola é fruto da imaginação.

 Criação de Patty Jagmin

A líder quilombola

Não sabemos se Tereza nasceu no Brasil ou no continente africano.

Ela viveu no século XVIII, foi quilombola e líder do Quilombo do Piolho.

O quilombo

Esse quilombo, também conhecido como Quilombo do Quariterê, estava localizado no vale do Guaporé, na região pantaneira pertencente ao atual Estado de Mato Grosso (Brasil). Na época: Capitania de Mato Grosso.

Sua localização era estratégica e com acesso às atividades de coleta, pesca e caça. Era, ainda, dotado de terras boas para a prática da agricultura e próximo às áreas de mineração.

Os quilombolas mantinham contatos com povos indígenas que habitavam suas vizinhanças, assim como, com pessoas que viviam em áreas de colonização espanhola. 

Tereza e o quilombo do Piolho

Pouco sabemos sobre a vida de Tereza antes de sua chegada ao Quilombo.

É certo que foi levada, na condição de escravizada, para a região mineradora localizada na, atual, região mato-grossense.

Onde viveu antes? Mistério…

Tereza foi esposa de José Piolho, o chefe do Quilombo do Quariterê.

Esse quilombo já existia por volta do 1730.

Em 1750, após um ataque aos quilombolas, José Piolho morreu.
Esse acontecimento determinou que Tereza assumisse o comando de sua comunidade.

Ela liderou o Quilombo por mais de vinte anos.

No ano de 1770, um grande ataque provocou a quase extinção do Quariterê.

A morte de Teresa

Algumas fontes dizem que a rainha quilombola morreu, lutando, no quilombo; outras relatam que ela morreu enquanto tentava fugir (após a derrota para as forças invasoras).

As informações mais conhecidas, falam que ela foi feita prisioneira e levada para a Vila Bela de Santíssima Trindade, onde, após alguns dias, faleceu de tristeza.

A memória

Lembrar essa rainha quilombola é refletir sobre resistência à escravidão e a luta por liberdade e dignidade.

No Brasil, a data 25 de julho é mais um dia para dizer da importância de uma sociedade antirracista e do combate ao sexismo.

O dia 25 de julho é nomeado Dia Nacional Tereza de Benguela.
Nessa mesma data é comemorado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
.

Vai clarear, oi vai clarear
Verso do samba-enredo
Samba-enredo

Sabia que a escola de samba carioca Unidos do Viradouro teve um samba -enredo cujo tema foi: “Tereza de Benguela – Uma Rainha Negra no Pantanal”. Foi no carnaval de 1994.

Entrevistando a rainha quilombola

Gostaria de conversar com essa mulher incrível?

Gostaria de saber mais sobre o Quilombo do Piolho?

Com imaginação e conhecimento histórico é possível. 

Leia o conto Rainha Tereza 

Notas:

  • A obra Femme noire assise de face é de autoria de Félix Vallotton . Essa pintura é datada de 1911. Óleo sobre tela, coleção privada. Domínio Público. Fonte: Wikimedia Common.
  • Vila Bela da Santíssima Trindade foi sede da Capitania de Mato Grosso.
  • A imagem destacada e a contendo verso do samba-enredo são artes da editora de Histori-se.

marca Histori-se

Referências

ALBUQUERQUE, João. In: Revista do Arquivo Público do Estado de Mato Grosso (RAPMT), Cuiabá, v. 1, n. 3,set. de 1987 [1794].

ALINCOURT, Luís d’. Memória sobre a viagem do porto de Santos à cidade de Cuiabá. Brasília: Senado Federal; Conselho Editorial, 2006.

AMADO, Janaina; ANZAI, Leny Caselli. Anais de Vila Bela (1734-1789). Cuiabá: Carlini e Caniato; EdUFMT, 2006.

HIRSCH, Lorena Araujo. Tereza de Benguela: a escrava que virou rainha e liderou um quilombo de negros e índios. Biblioteca do CECULT/UFRB, 25 jul. 2022.

MELLO, Francisco Pedro. Diário de Diligência [1795]. In: ROQUETTE-PINTO. Rondônia. Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro (Volume XX). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1917

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